Comunidade quilombola de Penedo é beneficiada pela Caravana da liberdade
Valdeci Soares é moradora da comunidade quilombola do Oiteiro, em Penedo, desde que nasceu há 37 anos. Ela foi uma das beneficiadas pela Caravana da Liberdade Religiosa do Poder Judiciário de Alagoas, nesta sexta (12). “Vim tirar meu registro, meu título e o RG dos meus dois filhos. Já vinha tentando marcar pelo ‘Já’, mas não conseguia vaga. Hoje está sendo uma oportunidade maravilhosa de tirar toda a documentação pertinho de casa”.Valdeci Soares agradeceu pela oportunidade de dar entrada em seus documentos. Foto: Adeildo Lobo.A comunidade quilombola Oiteiro existe desde o século 19, e atualmente conta com cerca de 2 mil famílias, descendentes de escravos que se refugiavam na região.Através da ação, Felipe Gabriel Santos, de 16 anos, conseguiu emitir seu primeiro título de eleitor, para o poder exercer sua cidadania através do voto. “Vim tirar meu primeiro título de eleitor, estava ansioso para poder votar. Fazer isso aqui perto de casa é muito bom, facilita demais”.Dentre os serviços gratuitos ofertados estavam a emissão de RG, título de eleitor, carteira de trabalho, consulta de processos cíveis, criminais e trabalhistas, além de resolução de demandas de baixa complexidade. Também foram realizadas atividades de autocuidado para as mulheres da comunidade, e oficinas de desenho para as crianças.Resistência e direitosO desembargador Tutmés Airan, coordenador de Direitos Humanos do Tribunal de Justiça de Alagoas (TJAL), destacou a importância da ação das instituições públicas junto às comunidades tradicionais.“Precisamos dar assistência a essas comunidades, afinal de contas o poder só vale a pena se for para fazer o bem para as pessoas. Começamos pela reflexão e finalizamos com uma ação social, protetiva e acolhedora”.Nesta quinta (11), um debate sobre intolerância e racismo religioso na Praça Odilon Lobo, foi conduzido pelo desembargador Tutmés Airan e pelo defensor público Isaac Costa.Durante a discussão, o desembargador enfatizou que as comunidades precisam ser empoderadas e assistidas pelo poder público.“Através do debate sobre intolerância religiosa, ouvimos a comunidade e mostramos que ela precisa resistir como os quilombos resistiam, e colocamos as instituições públicas à disposição para esta resistência aconteça”, ressaltou Airan.Desembargador Tutmés Airan durante debate sobre intolerância e racismo religioso. Foto: Ascom TRE.Wanderley Nunes, presidente da Associação Cultural do Oiteiro, contou que a comunidade estava com uma grande carência de documentação.“Estamos muito satisfeitos porque o Tribunal de Justiça está trazendo essa assistência para nossa comunidade, com a emissão dos documentos, mas também com um bate-papo sobre intolerância religiosa, que foi bastante esclarecedor. Essa proximidade facilita muito nosso acesso à Justiça”.A ação foi promovida em parceria com a Defensoria Pública de Alagoas, Tribunal Regional Eleitoral (TRE), Tribunal Regional do Trabalho (TRT), Instituto de Identificação do estado, além da Prefeitura de Penedo, através da Secretaria Municipal de Assistência Social. Diretoria de Comunicação - Dicom TJAL -TLimprensa@tjal.jus.br